A Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da
Câmara dos Deputados, presidida pelo pastor e deputado federal Marco Feliciano
(PSC-SP), aprovou na quarta-feira (16) um projeto de lei que determina que as
igrejas possam se recusar a realizar casamentos de pessoas que violem seus
valores, doutrinas ou crenças, sem que essa conduta seja considerada
discriminação. A medida seria estendida também a rejeitar aqueles que
desrespeitam o ambiente religioso. A consequência dessa nova norma será
resguardar o direito das instituições de não serem obrigadas a realizar
casamentos homossexuais.
A proposta 1411/11, elaborada por Washington
Reis (PMDB-RJ), acrescenta um artigo à Lei 7.716/89, que cuida dos crimes
resultantes de preconceito.
Segundo o autor, a prática homossexual está em
desacordo com muitas doutrinas religiosas. Assim, em sua opinião, a preservação
do direito das minorias não pode levar ao desrespeito “de outros direitos e
garantias constitucionais”. Washington acredita que a proposta está de acordo
com a liberdade de consciência e de crença, cláusula pétrea da Constituição brasileira.
O relator da CDHM, deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ),
apresentou parecer favorável à matéria. Segundo ele, há casos de casais
homossexuais que procuram igrejas para se casar e, diante da recusa, processam
padres e pastores. “Nós queremos descriminalizar essa atitude do pastor em
defesa da linha da sua igreja, que é um direito dele não realizar aquele
casamento”, argumenta.
Bolsonaro garante ainda que “ninguém quer expulsar
gays de igreja” e os indivíduos serão avaliados “pelo comportamento”, uma vez
que não há outra forma de saber quem é ou não homossexual. O deputado afirma
ainda que “os homossexuais também, como um todo, não querem se casar em igreja”
e que “essa minoria vai lá [nos cultos] para provocar”.
O projeto será avaliado agora pela Comissão de
Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).
Já para o deputado Chico Alencar (Psol-RJ), o texto
do projeto confere à autoridade religiosa, dentro da sua igreja, “um tipo de
poder discriminatório que ofende, inclusive, a lei, corretíssima, contra
qualquer discriminação”. Isso porque caberá ao padre ou ao pastor verificar se
a pessoa se comporta ou tem valores em acordo ou desacordo com a doutrina que
professa. E completa: “É um projeto que faz um agito, talvez arrebanhe gente,
tenha alguma função eleitoral futura, mas não passa no quesito da constitucionalidade”.
Marco Feliciano,
em sua página no Twitter, comenta sobre a repercussão do
caso na imprensa: “Mais uma vez uma parte da mídia mente deslavadamente!
Dizendo que foi aprovado um projeto que proíbe a entrada de pessoas em cultos.
Quando aprenderem a ler os projetos e interpretá-los sem preconceito talvez
haja paz. Como podemos impedir alguém de ir à igreja? Todos tem o direito de ir
e vir. Independente de sexo, cor ou fé, todavia o respeito aos cultos, templos
e homilias tem q ser observados. Sejam todos benvindos aos cultos evangélicos e
católicos! Cultuem conosco! Adorem a Deus conosco! Um abraço a todos!”.
Fonte: The Cristian Post
0 comentários:
Postar um comentário