A camada de ozônio protege a superfície da Terra da
radiação ultravioleta emitida pelos raios solares (ThinkStock)
Três deles são CFCs e o outro é um hidroclorofluorcarboneto (HCFC). Eles
começaram a se acumular na atmosfera a partir da década de 1960, o que sugere
que são produzidos pelo homem
Cientistas
identificaram quatro novos gases que contribuem para a destruição da camada de
ozônio. De acordo com a pesquisa, publicada neste domingo na revista Nature
Geoscience, dois desses gases estão se acumulando na atmosfera de
maneira significativa e impedindo o bloqueio dos raios ultravioletas.
Três deles são clorofluorcarbonetos
(CFC) e o outro é um hidroclorofluorcarboneto (HCFC), que também é capaz
de danificar o ozônio. "Eles não estavam na atmosfera até a década de
1960, o que sugere que eles são produzidos pelo homem", disse Johannes
Laube, o principal autor do estudo, conduzido pela Universidade de East Anglia,em
Londres, na Inglaterra.
Fonte desconhecida – Para encontrar os novos gases, os
cientistas compararam o ar atual com amostras de ar coletadas entre 1978 e 2012
no Cabo Grim, na ilha da Tasmânia, na Austrália, uma região que não foi
atingida pela poluição. Eles também analisaram o ar preso em blocos de neve
extraídos da Groelândia que representam um arquivo natural do
conteúdo atmosférico há cem anos. Assim, perceberam que os quatro
novos componentes começaram a surgir a partir dos anos 1960 e, até 2012,
mais de 74 000 toneladas se acumularam na camada de ozônio.
Eles foram identificados como CFC
112, CFC 112a, CFC 113a e HCFC 133a. Os pesquisadores ainda não sabem
qual a origem exata da emissão dos novos gases. "Fontes possíveis incluem
insumos químicos para a produção de inseticidas e solventes para limpeza de
componentes eletrônicos", afirma Laube. "Os três novos CFCs são
destruídos lentamente na atmosfera e, por isso, se as emissões parassem
imediatamente, eles ainda permaneceriam na atmosfera por décadas."
Histórico – Desde meados dos anos 1980, os gases
clorofluorcarbonetos foram identificados como uma das principais causas do
buraco na camada de ozônio. Localizada entre 15 e 30 quilômetros acima da
superfície da Terra, ela barra a incidência dos raios ultravioleta que, em
grandes quantidades, causam câncer em humanos e problemas reprodutivos
em animais. Os gases nocivos a essa camada, utilizados na
produção de refrigeradores e propulsores de sprays e desodorantes, têm a
produção restringida desde 1987, quando o Protocolo de
Montreal limitou seu uso. Em 2010, eles foram internacionalmente
proibidos. "Entretanto, as novas emissões identificadas são claramente
contrárias às intenções do Protocolo de Montreal e levantam questões sobre as
fontes desses gases", afirmam os pesquisadores no artigo.
Fonte: Veja
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