Israel e os países
árabes devem trabalhar juntos para reconstruir a Faixa de Gaza enquanto
desarmam os militantes do Hamas que controlam o território, disse o ministro
das Finanças israelense, Yair Lapid, neste domingo. Lapid fez os comentários
quase uma semana após Israel e os militantes do Hamas chegarem a um acordo de
trégua para dar fim ao conflito mais recente em Gaza, que durou quase dois
meses e destruiu a região.
"Nós
precisamos de uma conferência regional, com os egípcios, os sauditas, os
Estados do Golfo", disse o ministro - membro do partido de centro Yesh
Atid - a repórteres. "Essa conferência deveria focar em uma coisa,
assegurar que a reabilitação ocorra junto com a desmilitarização."
Ele não esclareceu
como prevê a desmilitarização do grupo em Gaza, já que o Hamas prometeu nunca
desistir de suas armas. Lapid também não deixou claro quão receptivos foram os
países árabes - alguns deles, como a Arábia Saudita, sem laços formais com
Israel - à ideia da conferência. Ele não disse se algum país já havia sido
consultado sobre a proposta.
O Hamas, no
entanto, reafirmou sua decisão de continuar armado. "Essa é uma demanda
estúpida, e ninguém do povo palestino iria concordar com uma coisas dessas.
Nossas armas são usadas para defender nosso povo, e esse direito foi garantido
pelos céus e pelas leis humanas", criticou o porta-voz do grupo em Gaza,
Mushir al-Masri.
Também neste
domingo, Israel anunciou que iria começar a expropriar mil acres de terra na
Cisjordânia, uma medida que poderia abrir espaço para a construção de um novo
assentamento judeu. O Exército israelense fez o anúncio em concordância com um
edital do governo.
Os militares
informaram que a diretiva foi criada no fim de uma operação militar em junho
que procurava três jovens israelenses sequestrados e mortos por militantes do
Hamas. O sumiço dos garotos motivou uma cadeia de eventos que culminou com o
conflito mais recente entre as duas forças.
Nabil Abu Rdeneh,
o porta-voz do presidente palestino, Mahmoud Abbas, condenou a medida
israelense e pediu que a decisão seja suspensa. Ele afirmou à agência de
notícias palestina WAFA que a decisão "levaria à deterioração da
situação".
O Ministério da
Habitação de Israel disse que o anúncio era só o primeiro passo do processo e
que levaria anos até que qualquer coisa seja construída lá. O Exército afirmou
que os oponentes têm até 45 dias para apelar da decisão.
Fonte: Associated
Press.
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