Domingo foi
marcado por choques entre manifestantes contra e a favor da presença russa na
Ucrânia
Dezenas de
milhares de pessoas foram para as ruas de várias cidades da Ucrânia deste
domingo em manifestações contra e a favor da Rússia.
Partidários da
presença russa no país entraram em confronto com oponentes na cidade de
Sevastopol, na Crimeia.
Grupos pró-Rússia
atacaram dezenas de pessoas que faziam uma manifestação para marcar os 200 anos
do poeta nacional ucraniano Taras Shevchenko. Cerca de 200 pessoas participavam
desta manifestação.
A multidão atirou
bombas em um carro enquanto os ativistas tentavam fugir do local. De acordo com
um repórter da BBC em Sevastopol, as cenas foram tensas.
Alguns dos que
atacaram os ativistas eram cossacos russos com chicotes.
Na cidade de
Luhansk, no leste, ativistas a pró-Rússia ocuparam escritórios do governo
regional e obrigaram o governador a renunciar ao cargo.
Falando para uma
multidão na capital, Kiev, o primeiro-ministro ucraniano, Arseniy Yatsenyuk,
prometeu não ceder "um único centímetro" de terras ucranianas para o
governo russo.
Mas, o Ministério
da Defesa do país informou que o governo não tem planos de enviar o Exército
para a Crimeia.
Na cidade de
Donetsk, no leste, manifestantes partidários da presença russa no país
derrubaram uma bandeira ucraniana perto do prédio do governo regional,
substituindo-a por uma bandeira russa.
Em Karkiv, também
no leste, cerca de 10 mil pessoas participaram de uma manifestação pela união
da Ucrânia.
Já no oeste da
Crimeia, em Yevpatoriya, forças pró-Rússia ameaçaram invadir um posto de
comando de uma unidade antimísseis ucraniana se os funcionários não entregarem
as armas, segundo informações de um representante da base dadas à BBC.
Telefonemas e convites
O presidente
americano, Barack Obama, convidou o primeiro-ministro interino ucraniano,
Arseniy Yatsenyuk, para uma visita à Casa Branca em Washington.
Correspondentes da
BBC afirmam que este é um sinal claro de que o novo líder ucraniano conta com o
apoio do governo americano.
Lideres da
Alemanha e Grã-Bretanha ligaram neste domingo para o presidente russo, Vladimir
Putin, pedindo para que ele se retire da Crimeia. A região deve votar na
próxima semana em um plebiscito se continua como parte da Ucrânia.
A chanceler alemã,
Angela Merkel, disse que considera este plebiscito, que será realizado no dia
16 de março, ilegal.
No entanto, o
governo da Rússia tem aumentado seu poder na península da Crimeia.
Putin afirma que
ele tem o direito de proteger os interesses russos e os direitos dos russos que
vivem na região.
Segundo Putin,
"as medidas tomadas pelas autoridades legítimas da Crimeia são baseadas em
leis internacionais".
A Crimeia, cuja
maioria da população é russa ou de origem russa, está no centro da tensão entre
Moscou e Kiev. Tropas pró-Rússia mantém o controle sobre a península há vários
dias.
Começo da crise
A crise na Ucrânia
começou em novembro de 2013 quando o governo do então presidente ucraniano
Viktor Yanukovych anunciou que havia abandonado um acordo que estreitaria as
relações do país com a União Europeia. Posteriormente o governo procurou uma
aproximação maior com a Rússia.
Manifestantes
contrários ao governo, que lutavam pelo fortalecimento das ligações da Ucrânia
com a União Europeia, exigiram a renúncia de Yanukovych e eleições antecipadas.
A maioria da
região da Crimeia, habitada por moradores que falam russo, tem grande
importância política e estratégica tanto para a Rússia como para a Ucrânia.
A esquadra russa
no Mar Negro tem sua base histórica na cidade de Sevastopol. Depois que a
Ucrânia se tornou independente, um contrato foi elaborado para que a frota
continuasse a operar de lá.
Em 2010, este
contrato foi estendido para 2024 em troca de suprimentos mais baratos de gás
russo para a Ucrânia.
Fonte: BBC BRASIL
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