Uma nova onda de protestos e boicotes à novela Babilônia por parte dos
deputados da bancada evangélica na Câmara deve ser formar em breve. A motivação
para a indignação dos parlamentares surgiu da cena em que o personagem do ator
Chay Suede trata sua namorada com desprezo por causa de sua visão conservadora
a respeito da homossexualidade.
Na cena em questão, o personagem ateu Rafael
apresenta suas mães – o casal de lésbicas que se beijou no primeiro capítulo –
à sua namorada, que é filha de um prefeito corrupto e religioso, e ouve dela
críticas à união homossexual, dizendo que a prática é
“imoral” e “pecado”.
A sequência da cena mostra o rapaz revoltado e, em meio aos gritos, diz
à menina que “ela não tem direito de dizer o que é certo e errado”.
O Gospel+ já havia destacado a parcialidade do
trio de autores da novela na última semana, logo após a
exibição do episódio, em resposta à indignação das redes sociais. Além desse
diálogo em particular, Ricardo Linhares, Gilberto Braga e João Ximenes Braga
vem descrevendo os personagens que formam uma família de evangélicos de forma
caricata, atribuindo-os preconceito e corrupção, como se fossem um retrato do
segmento na sociedade brasileira.
O jornalista Lauro Jardim, da revista Veja,
informou que os deputados federais da bancada evangélica preparam uma nova
retaliação à Globo: “Vem aí mais um round da batalha dos evangélicos para
influenciar a dramaturgia da Globo. Os parlamentares da Frente Evangélica da
Câmara, que já fizeram estardalhaço por causa do beijo gay no primeiro capítulo
de Babilônia, se articulam para começar a descer a borduna em um novo episódio
da novela”, escreveu.
Jardim acrescenta que “na semana passada, um diálogo entre Laís (Luisa
Arraes) e Rafael (Chay Suede) revoltou os deputados evangélicos por criar uma
espécie de estereótipo sobre aqueles que são contra o casamento gay”.
Por outro lado, o ativista gay e deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ)
usou o polêmico diálogo para pregar seus princípios nas redes sociais: “Na
moral? Imoral é o preconceito. E, como disse [a personagem] Teresa, a maior
arma contra ele é o amor”, afirmou, em crítica ao discurso personificado na
jovem evangélica.
Fonte: GNotícias
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