Pode ter aberto devido a falhas de
manutenção, de acordo com especialistas. O Boeing 737 iria pousar no Aeroporto
Santos Dumont, no Centro do Rio, mas teve que mudar o local de aterrissagem por
questão de segurança, enquanto levava 67 passageiros a bordo.
"A causa mais provável é de falha na
manutenção, mas ainda é preciso investigar", aponta o especialista em
segurança de voo, Jorge Barros. "Na história da aviação existem inúmeros
casos parecidos, geralmente por problemas de manutenção", completa Barros.
A carenagem é a estrutura que recobre peças de aeronaves, motocicletas ou
automóveis para protegê-las do vento e da chuva, além de proporcionar efeito
aerodinâmico.
Por segurança, o local de pouso foi alterado
para o aeroporto do Galeão, também no Rio de Janeiro. Cada turbina do 737
possui duas carenagens envolvendo o motor, uma de cada lado, e as duas da
turbina esquerda se soltaram durante o voo. "Na parte de cima, elas são
presas por dobradiças, enquanto embaixo é feito o uso de presilhas",
explica Mateus Gheslini, diretor de segurança e voo do Sindicato Nacional dos
Aeronautas.
Desse modo, os itens se soltaram na parte
inferior, onde ficam as presilhas, e se mantiveram presas à turbina pelas
dobradiças superiores. "Existe a probabilidade de as presilhas terem sido
mal fechadas ou de fadiga no material. Durante a manutenção também é preciso
fazer uma manutenção preventiva", acrescenta Gheslini. A Gol diz que
investiga o caso, ainda sem conclusões do motivo do incidente.
Em nota, a Gol informou no sábado que a
aeronave Boeing 737-800 que realizava o voo G3 1700, entre São Paulo/Guarulhos
e Rio de Janeiro/Santos Dumont, pousou no aeroporto do Galeão em razão de uma
carenagem - parte que cobre o motor - ter se soltado em voo. A aterrissagem e
desembarque dos 67 passageiros transcorreram normalmente. A aeronave passará
por manutenção e inspeção da companhia para apuração do ocorrido.
"Há uma probabilidade remota de ter
ocorrido uma falha de projeto, mas se fosse o caso, isso já teria aparecido em
outras aeronaves iguais. Existem milhares delas no mundo", aponta Jorge
Barros.
A Força Aérea Brasileira (FAB) confirmou que
houve barulho a bordo e que foi constatada a formação de gelo nos motores.
"Quando um item desse se abre, o voo tem sua dinâmica completamente
alterada. Ao se mudar o formato do avião, a sustentação diminui e existem
dificuldade para manobras", diz Barros.
Investigação
Para os especialistas, o caso deve ser investigado com profundidade. "O processo deve descobrir o porquê do ocorrido e evitar que se repita no futuro", explica Gheslini. Durante a análise, os pilotos e os responsáveis pela manutenção serão ouvidos.
Para os especialistas, o caso deve ser investigado com profundidade. "O processo deve descobrir o porquê do ocorrido e evitar que se repita no futuro", explica Gheslini. Durante a análise, os pilotos e os responsáveis pela manutenção serão ouvidos.
No entanto, Jorge Barros alerta que
problemas como este mostram um indício de como está o funcionamento interno da
companhia. "O que acontece com um avião é reflexo do processo
administrativo da empresa", opina Barros.
Fonte: G1
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